Falei um pouco sobre o meu verdadeiro problema e agora gostaria de contar mais sobre o que realmente aconteceu no dia 5 de Junho e porque foi aquela consulta tão importante. Já estava à espera daquela consulta há cerca de 8 meses. Já tinha procurado nutricionistas e pessoas das áreas envolventes, mas nunca tinha conseguido obter a verdadeira ajuda de que tanto precisava. Eu não quero arranjar truques para ter menos fome, nem deixar de ter coisas «gulosas» à mostra com medo de cair em tentação, eu quero simplesmente é desligar o lado emocional que tenho com a comida, de deixar que ela tenha poder sobre mim, de ser eu a controlar perfeitamente tudo o que quero e não quero, de entender o que não me faz bem e não querer comer mais do que aquilo que chega para saciar o meu corpo. O que quero realmente é passar o dia sem ter que pensar em comida vezes sem conta, sem ansiar por uma refeição com direito a tudo, sem estar sempre com vontade de ir para a cozinha fazer novos pratos o mais saudável possível, comer um pedaço de qualquer alimento e saber o número de calorias quase com total precisão... Saber tudo pelas pesquisas imensas que fiz ao longo da minha vida, por me ter privado tantas e tantas vezes das coisas e num só dia voltar atrás... Quero emagrecer novamente e desta vez não me perder por achar que «só um dia não faz mal». O que quero realmente é viver a minha vida normal e a comida ser apenas encarada como algo banal e não ter tanta importância em mim porque não é assim que deve ser. E esta consulta foi diferente... em tudo! E espero que ajude alguém que possa precisar do mesmo tipo de ajuda do que eu. A consulta é de Endocrinologia e eu li muito a respeito, mas o melhor é irem sem qualquer expectativa, uma vez que cada profissional é diferente e eu sinto-me com sorte de ter encontrado uma médica tão acessível e compreensiva. Uma médica que me fez perguntas diferentes e tentou perceber o que é que eu sentia sobre tudo e não simplesmente ter dito "tem que emagrecer, tem imenso peso!" como me diziam até em consultas gerais. Ali foi diferente, a médica foi diferente. Desabafei e, de repente, parecia que ela entendia tudo, que estava mesmo dentro da minha cabeça. Para além de me recomendar imensos exames (alguns que faço regularmente, outros completamente novos) de forma a perceber se existe qualquer factor que possa influenciar o meu aumento de peso ou a dificuldade em perdê-lo. Com algumas perguntas, a médica percebeu que posso ter um desequilíbrio hormonal e para isso irei fazer também imensos exames (todos em setembro). Passei posteriormente para uma sala de enfermaria onde me mediram, pesaram e avaliaram as percentagens de gordura, gordura visceral, água, massa muscular e todos os valores importantes para a saúde. O meu peso é muito mais do que aquilo que qualquer pessoa me dá e agora descobri o porquê. Para além de ter uma grande % de gordura, tenho uma % enorme de massa muscular. A médica disse que tenho que aproveitar isto em meu benefício, ora no meu caso só preciso de perder gordura! E não ter todo o trabalho em transformar a gordura em músculo porque por estes lados já há imensa! A gordura visceral é o valor que eu tinha maior curiosidade em conhecer, uma vez que é a gordura que está em contacto com os órgãos e ela até pode proteger os órgãos em quantidades aceitáveis, mas quando começa a acumular é altamente prejudicial. Por toda a informação que eu encontrei até ao nível 12 é considerado saudável, eu tenho nível 13. Um número que me assustou muito, devo dizer. Fez-me pensar e repensar mil vezes na vida que quero daqui para a frente, ainda sou demasiado nova e não quero chegar a ter problemas graves causados por mim! Segundo a máquina onde me pesaram o nível saudável só é considerado até ao 9, fazendo do 13 um número ainda mais feio. Há que mudar isso. A minha maior intenção é essa. Depois da consulta com a nutricionista onde me fizeram um plano muito fácil segundo a roda dos alimentos e sem nenhuma das 'modas' que eu fui adoptando desde o «low carb», o 'tudo versão integral' e foi bom perceber que os planos não precisam de ser 'os famosos de hoje em dia' mas voltar sim às coisas mais óbvias e antigas, ao respeito das porções, à inclusão de todos os grupos, de forma moderada. Por último, o que me fez ainda mais feliz, é o facto de passar a ter acompanhamento psicológico com um psicoterapeuta da área dos distúrbios alimentares. Acho sinceramente que fazia falta a muitas pessoas que tentam diversas maneiras combater as compulsões alimentares, os distúrbios, a ansiedade, o nível de ligação emocional, a dependência com a comida... E podem tentar tratar a raiz de todos os problemas: a nossa mente. Porque a nossa mente é, sem dúvida, o nosso maior inimigo. Estou muito ansiosa pelas consultas com o psicólogo e espero sinceramente que tudo dê certo. Mais novidades em breve.
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