Diario de tempuross, 09 jun. 18

Barometrofobia, eu? Não, é só... receio!
Nunca me lembro de ter subido para uma balança a subir, eu nunca quis ir pesar-me só porque sim, a única altura em que o fazia era quando tinha que ser. Lembro-me perfeitamente que cá em casa sempre houve uma balança na casa de banho, perto do lavatório. Eu subia várias vezes mas nunca deixava o ponteiro avançar, era um género de «toca e foge», saindo de imediato da balança sem perceber, na realidade, quanto pesava. Na escola lembraram-se de criar aquelas provas irritantes em que era obrigatório medir, pesar e fazer alguns exercícios específicos. Eu sempre gostei de Educação Física no geral, mas só de desportos como futebol, rugby, voleibol, ténis e badminton (era muito activa, era daquelas gordinhas que participava em tudo, em torneios sem ter medo! E até que me ajeitava bem) Mas depois havia ginástica... dança..... aquelas coisas que me fazem sentir a pessoa mais desajeitada e pesada do mundo, na verdade eu só tinha jeito para as coisas em que se podia ser mais 'bruta'.
Então, desde que começaram a implementar essas tais provas físicas eu tentava arranjar mil e uma formas de conseguir passar despercebida na hora de pesar, mas ainda por cima, como se já não fosse péssimo eu ver ali espelhado o número que me assombrava, era sempre um engraçado que pedia logo para apontar o peso e dizia tudo em voz alta "Ai que fixe, 77 kg!" E eu ali perdia sempre um bocadinho de auto estima e ficava a pensar nisso durante uma semana. Honestamente agradeço o facto de ter tido sempre colegas bons, nunca senti aquele «bullying» que sei que tantos sofrem. Acho que eu nunca me defini propriamente pelo peso, eu era mais a rapariga engraçada, a que fazia piadas, a que punha todos a rir. Mais tarde passei a ser «a que tem o caderno sempre bem passado, a melhor dos resumos, a que era boa aluna» enfim, tantos «rótulos» mas nunca me senti propriamente «a gorda» sobretudo porque para mim ser gorda ou ser magra ainda era um bocado indiferente na forma como eu me via, não gostava de ter tanto peso porque me sentia um pouco diferente dos que estavam à minha volta, mas só depois dos dezasseis, acho, é que comecei a deixar que o peso influenciasse mesmo de forma significativa a minha vida, a forma como me passei a vestir (esconder, disfarçar qualquer pneu), aí é que começou a «dieta do tomate», a «dieta do x e do y» o «jejum», a «dieta da privação e comer este mundo e o outro ao fim de semana). Ai, já me estou a desviar do assunto das balanças... É que nota-se mesmo que tento fugir delas em qualquer contexto, não é? Bem, nunca gostei de me pesar e em qualquer conversa sobre peso, eu fugia. Aliás, alguém que me perguntasse a altura (eu sou muito baixinha, é uma pergunta que recebo várias vezes...) eu pensava logo que em seguida vinha o peso, então fugia antes! Ora eu sinceramente nunca disse o meu peso a ninguém do nada, nunca respondi a essa pergunta fosse a quem quer que fosse. Os meus pais vivem num outro país e sempre que chegavam cá a casa, desde pequena, o meu pai reparava sempre se eu estava mais ou menos forte e vinha logo a questão derradeira "Quanto é que pesas agora?". Pai?! Por favor, isso não se pergunta a uma filha. É uma falta de respeito. "Só quero saber para teu bem." E eu ia comer um chocolate para esquecer a pergunta. Na fase das dietas da estupidez e idade da parvoeira eu ia logo comprar uma balança das digitais e pesava-me todos os dias, várias vezes. Era logo ao acordar e apontava, era depois do exercício (Porque achava que correr até ao centro da vila era equivalente à meia maratona), era depois do almoço para perceber se tinha comido muito (Posso voltar aos meus 16 e dar-me uma estalada pela quantidade de vezes que fiz isto?) E era antes de dormir... E depois, quando me fartava de tudo, a balança desaparecia novamente da minha vista e voltava a ficar o ano inteiro sem subir a nenhuma, até tremia. Há pessoas que tremem ao ver agulhas, enquanto que eu vou dar sangue e fico a ver tudo orgulhosa e se me aparece uma balança as minhas pernas tremem como varas verdes. E agora? Agora pesei-me no tal dia 5 e desde então estou a tentar definir um dia para me pesar. Daqui a 15 dias? 1 mês? Vou andar ansiosa com isto então é melhor esperar pela nova consulta? Alguém me ajude? Enfim, boa noite!

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Comentarios 
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09 jun. 18 por el miembro: guimaraes.sara
Respondendo à sua pergunta, posso dizer-lhe, o que funcionava para mim, o que me motivava, era pesar 1 vez por semana. Era como se trabalhasse a semana toda para aquele dia 🙂 mas há quem se pese uma vez por mês, ou todos os dias. É como tudo neste processo, tem de ver o que funciona melhor para si 😘 
10 jun. 18 por el miembro: ACCTS
Eu segui o método de o fazer todos os dias pois ficava motivado com o "progresso" diário e dava aquela força/animo extra para continuar a fazer mais e melhor. 
10 jun. 18 por el miembro: ssantos90
Para mim, há sempre a tentação de me pesar diariamente, quando sei que não falhei... quando prevarico, a tentação desaparece. Assim, optei por fazê-lo ao sábado quando me levanto. Semana após semana vou vendo a evolução e passo a semana a trabalhar para que no próximo sábado fique satisfeito comigo mesmo. 
10 jun. 18 por el miembro: pauloboavida
Muito obrigada pela opinião de todos! :) Sim, por isso é que há coisas mais importantes do que o número em si... Num destes dias hei-de ir pesar-me e ver se algo já mudou! :p  
10 jun. 18 por el miembro: tempuross
Não se fie só na balança use também a fita métrica 😉😘 
10 jun. 18 por el miembro: emijor

     
 

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